Perdi a esperança num mundo sombrio,
Onde a inveja é veneno, um gesto tão frio.
Olhares de fúria, palavras cortantes,
Corações que se perdem em passos errantes.
A bondade parece um eco distante,
Sufocada por ódio, tão avassalante.
Nos campos da vida, plantamos rancor,
Colhemos abismos no lugar do amor.
Crueldade, a sombra que insiste em ficar,
Desfazendo a luz que tenta brilhar.
Mãos que ferem, ao invés de amparar,
Lábios que mentem, ao invés de cantar.
A inveja é um espelho que distorce o real,
Fazendo do belo algo tão trivial.
Rouba o sorriso, ofusca a razão,
Deixa cicatrizes no peito e no chão.
E assim me pergunto: há salvação?
Num mundo que pisa na compaixão?
Perdi a esperança, mas guardo o desejo
De um dia renascer, no amor, um lampejo.
Que surja uma chama no meio do caos,
Que queime o rancor, que quebre os maus.
Pois mesmo na dor, a vida persiste,
E talvez num sorriso, a esperança resiste.
"Crueldade e ódio são as gotas de veneno que corroem a alma da humanidade." - Ketty Williams